Mónica recupera de história de vida altamente traumática, bem como a sua visão

Como bombeiro aposentado, sofri grandes traumas emocionais na minha carreira. Eu testemunhei a devastação, a mágoa e a morte – incluindo a morte de nove dos meus amigos mais próximos. De maneira que me interessei em Gerenciamento de Stresse de Incidente Crítico e rapidamente me tornei terapeuta de trauma autorizado, recebendo uma credencial como Traumatologista Certificado pela Universidade do Estado da Flórida.

Perguntaram-me, há uns 15 anos atrás, se eu achava que a minha experiência como terapeuta de trauma podia ser usada por bombeiros em configurações culturais únicas – como as primeiras comunidades da Primeira Nação no Canadá. (Nos Estados Unidos, nós poderíamos chamar a essas comunidades de “América Nativa” ou “América Indiana”).

Num primeiro momento, eu acreditei que sim. Mas, o que eu não sabia era o quão nociva essa experiência eventualmente podia ser.

Nestas pequenas e frequentes comunidades remotas, os traumas acontecem à mesma escala que acontecem com o resto da sociedade. Acidentes de viação, mortes súbitas, afogamentos, ainda acontecem, porém, a grande diferença é a escassa ajuda psicológica quando esses traumas acontecem. Não somente isso, mas enquanto as populações nativas se uniram à cultura nacional, as suas práticas tradicionais e rituais de cura tornaram-se escassas. Isso significa que o impacto do trauma pode ser até mais grave para essas pessoas.

Infelizmente quando comecei a usar o CISM para alívio de trauma, os métodos que tinha aprendido frequentemente causavam mais sofrimento aos pacientes, fazendo com que eles relembrassem detalhadamente a experiência passada.

Como pessoa ética, achei inaceitável ir até às comunidades para ensinar como provocar traumas, e não ter nada para auxiliar as pessoas a retornarem ao seu nível normal de funcionamento. De forma que quase decidi parar de ensinar CISM às comunidades nativas.

Então eu descobri o TFT.

Conforme ia aprendendo como aplicar as sequências de Tapping, eu ficava espantado com o que elas podiam realizar. Eu, agora, tinha uma ferramenta que podia ajudar as pessoas nas suas crises e traumas. E depois de mais de cem casos, eu estava mais que convencido que a TFT foi uma descoberta incrível.

Num dos meus primeiros trabalhos, a TFT ajudou uma mulher a superar anos de sofrimento emocional. O trabalho dela era realmente salvar outras pessoas na sua comunidade. Eu conheci-a quando pedi para juntar as equipas de resposta a crises e enviá-las para ajudar numa vila remota, onde tinha acontecido uma terrível perda.

Dois jovens homens tinham saído no inverno e perderam-se. A comunidade organizou uma busca, passando dias a vasculhar o território para encontrarem os jovens, infelizmente sem sucesso. Até ao momento eles não tinham encontrado nenhum sinal dos jovens. Para uma comunidade de quatrocentas pessoas, isto foi uma perda enorme.

Quando estive no CISM, uma das primeiras pessoas com quem trabalhei foi a Mónica. Ela tem sido a líder dos que ficaram na vila para coordenar as buscas.

Dizer que ela estava extremamente angustiada seria um eufemismo. Assim, em alguns minutos, eu usei a TFT para fazer o seu SUD cair de “10” para “1”.

O que eu descobri rapidamente, entretanto, foi que a Mónica tinha sofrido inúmeros traumas na sua vida – cada um maior que o outro e que mascaravam anos de dor e sofrimento - e estava a sofrer. De facto, a sua história era um compêndio de traumas complexos.

Ela explicou também que era diabética e que tinha vivenciado uma perda notável da visão. Estava quase cega de um olho e tinha apenas 40% da visão no outro.

Rapidamente veio à superfície – assim como a perda dos jovens adolescentes no tempo de inverno – que ela perdeu um tio que caiu de um barco pesqueiro para o mar e nunca mais foi encontrado. Quando tinha 13 anos, ela foi violada.

Com cada sequência da TFT para cada caso, nós trouxemos o seu sofrimento para “0” – entretanto, enquanto resolvíamos cada um dos traumas do passado, vinha outro à superfície. Como uma cebola a descascar por camadas, ela possuía a história mais traumática e extensa que eu jamais ouvi. Cada evento parecia ter sido mascarado e bloqueado pelo outro.

Ela revelou mesmo, que quando era jovem, o seu pai matou o seu irmão e depois cometeu suicídio, deixando um bilhete que dizia que tinha planeado matar a Mónica também, mas ela atrasou-se e ficou na escola até depois do horário normal. Todavia, ela ainda tinha que voltar para a casa e relembrar as mortes.

Em cada caso particular, o SUD dela era “10” – e, em cada caso, a TFT reduziu-os a “0”, usando a sequência para traumas complexos.

Depois de duas horas a aplicar o tapping, estávamos exaustos. Quando eu me ofereci para chamar um parente dela para a ajudar a ir para casa, devido à sua pouca visão, ela respondeu, “Eu não preciso de ajuda. Eu agora consigo ver muito bem”. Perplexo, eu pedi-lhe para me explicar e ela disse-me que a sua visão, comparada a antes, tinha melhorado para o dobro.

Um especialista em diabetes e um oftalmologista tinham, ambos, concordado que o seu problema não era físico, mas sim, relacionado com o stresse. E, então, não podiam fazer nada por ela. Porém a TFT fez. Meses depois, a sua visão continuava bem e os traumas não voltaram.

Esta foi uma das experiências mais gratificantes da minha vida.

Bruce Ramsay

Fonte: Dr. Roger Callahan & Joanne Callahan (2011). Tapping the Bodys Energys Pathways.