Estava um lindo dia de outono quando a minha mulher Viv decidiu sair para uma caminhada numa área florestal próxima da nossa propriedade em Calgary. O nosso cão de um ano, Nakoda, da raça Samoyeda, caminhava feliz ao lado dela.
Um dos nossos filhos gémeos também foi, mas resolveu voltar depois de pouco tempo de caminhada. Até hoje estamos agradecidos por ele ter voltado.
Depois de uns trinta minutos de caminhada, um flash dourado saiu disparado de trás de uma árvore, bateu na minha mulher levando-a ao chão e pulou para cima do Nakoda. Atordoada e desorientada, Viv viu um puma a atacar o nosso amado cão.
As imagens e os sons do cão a morrer penetraram no cérebro da Viv e ela começou a perceber o que estava a acontecer. Em pânico ela fugiu da cena, sentindo-se desamparada e confusa, assim como culpada por deixar o Nakoda à mercê daquele animal selvagem.
Ela atravessou a cerca de uma fazenda vizinha, e o dono levou-a para casa. Durante o curto percurso, a Viv estava em pânico e não sabia se o seu filho tinha voltado seguro para casa. Por sorte ele tinha voltado. A Viv e os gémeos ficaram o resto do dia na companhia do vizinho até eu voltar para casa. Até àquele dia nós não fazíamos ideia de que os pumas andavam perto da nossa casa.
Quando cheguei a casa ouvi a história inteira. Não surpreendentemente, Viv estava perturbada. Como psicólogo licenciado, usei os protocolos padrões para amenizar o acidente crítico, no entanto, naquela noite, a Viv continuava atormentada com os flashbacks do evento, revivendo os sons e as imagens dos últimos minutos do Nakoda.
No dia seguinte continuamos a conversar sobre o acontecido, mas ainda assim a segunda noite foi uma repetição da primeira. A Viv estava exausta e em pânico emocional. Eu precisava de a ajudar. Como psicólogo responsável pelo programa de assistência de um dos maiores empregadores de Calgary, comecei a pensar na opção de encaminhar a Viv para um especialista em trauma psicológico. De seguida, ocorreu-me que devia tentar uma técnica que aprendi num seminário em Edmonton, a TFT - Thought Field Therapy (Terapia do Campo do Pensamento), do Dr. Roger Callahan.
A Viv estava cheia de culpa por ter deixado o Nakoda à mercê daquele animal selvagem. Escolhi o algoritmo (sequência específica de Tapping) para Trauma Complexo com Culpa e disse-lhe para entrar em sintonia com o seu Campo de Pensamento. Os seus olhos encheram-se de lágrimas. Ao olhar para o seu rosto, eu soube que o seu SUD - Unidades Subjetivas de Sofrimento - era de "10". Nós aplicamos o tapping e o SUD diminuiu instantaneamente para um "8". Enquanto continuávamos o tratamento ela disse que estava extremamente cansada e com sono, e então fomos para a cama.
A Viv adormeceu imediatamente e não acordou até à manhã do dia seguinte. Ela estava revigorada e energizada, tinha voltado ao seu estado normal. Esta foi a primeira vez que apliquei TFT, e teve um impacto positivo na nossa família. Mas isto iria durar? Eu sabia sobre toxinas e que elas podiam arruinar os resultados do tratamento.
Entretanto, seis meses depois do tratamento, sem mais pesadelos e resíduos emocionais negativos, a Viv e eu decidimos caminhar juntos e revisitar o local do ataque. Percebemos que o puma arrastou o corpo do Nakoda e enterrou-o ao pé de uma árvore, não muito longe do local do ataque.
Para meu horror, conforme nos aproximamos, vimos pedaços de pele, ossos e duas patas dianteiras espalhadas pela floresta, consequência de outros animais (provavelmente coiotes) terem desenterrado o corpo! Eu assisti a isto perto da Viv para ver como iria reagir.
Inacreditavelmente, ela estava apenas a recordar o ocorrido - descrevendo de novo o que aconteceu, onde estava, de onde surgiu o puma e onde o Nakoda foi atacado, mas já não tinha absolutamente nenhuma evidência de dor emocional na. Eu estava maravilhado e revigorado.
Passado um ano, a Viv não tem qualquer sequela desde a noite em que aplicamos a TFT. Eu estou totalmente grato ao Dr. Roger Callahan, por ter descoberto esta técnica incrível.
Depois de um ano passado, os efeitos do tratamento de TFT continuam com a Viv. E eu agora acredito que sempre vão estar.
Martin Law, RPsycn
Fonte: Dr. Roger Callahan & Joanne Callahan (2011). Tapping the Bodys Energys Pathways.
Dr. Colin Barron
